Animais em viagem

Coisas do Mundo

Para lá dos safaris e da vida silvestre que procuramos em viagem, os animais também nos procuram ou cruzam-se connosco sem preocupações. Para eles, claro.

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Animais, amigos em viagem

Tenho tendência para considerar como meu amigo pessoal qualquer animal que não ultrapasse o limite máximo de quatro pernas – e não tenho limite mínimo. Por isso, o rato, animal que é considerado nojento por muita gente e que, de facto, é responsável por doenças epidémicas como o tifo, na minha escala é um bichinho muito simpático. Uma centopeia, animal que até dá mais jeito no convívio do quarto porque come insectos, como mosquitos, é o monstro que me aparece nos piores pesadelos. Troco por um par de osgas, que fazem o mesmo efeito e consegue-se ver-lhes os olhos, que são bem bonitos, por sinal.

As minhas histórias com ratinhos geralmente são cómicas – embora não tenha achado grande piada quando um rato-fantasma nocturno me roeu as bolachas todas durante uma viagem de barco no Bangladesh. Em Varanasi, na Índia, lembro-me de ver um caixote do lixo na pensão a abanar e a emitir ruídos, e quando me aproximei para ver o que era dei com um ratinho aos saltos, a tentar alcançar a borda para sair dali. Coloquei um pau lá dentro e afastei-me, e o bicho não tardou dois minutos para aproveitar a escada. São muito espertos, os ratinhos.

É sempre uma experiência fascinante, quando pensamos que vamos ver a fauna, mas é a fauna que nos vem ver a nós (a menos que seja um grande felino esfomeado, claro).

Já tive encontros felizes com tartarugas quando estava a nadar junto a uma praia, no Sri Lanka, e todos os anos me aparece uma raposinha no Deserto de Siloli, na Bolívia – só ainda não percebi se é sempre a mesma, ou se tem vários irmãos gémeos. Em Madagáscar, se ficarmos parados algum tempo debaixo das árvores numa floresta, é mais que certo que os lémures começam a descer pelos troncos, curiosíssimos, de olhos arregalados, a tentar perceber que bichos estranhos somos nós.

Também nos sítios de pernoita ou nos seus arredores, podemos contar com a visita da bicharada domesticada que por ali vive, de cãezinhos, gatinhos e passarinhos, que se chegam a nós para uma migalha ou um carinho.

Na América do Sul por vezes são galinhas e lamas, que apesar de viverem em liberdade nunca se afastam das pessoas que por ali vivem.

Mas no género interativo, ainda assim não há como os símios. Também é um dos animais silvestres que mais facilmente encontramos na Ásia, seja o pacífico macaco japonês, que só quer que o deixem em paz nas termas, ou o manhoso langur, de cara preta e ar calmo. Mas neste caso é mesmo só o ar; estes são os bichos que verdadeiramente merecem a reputação dos gatos de serem interesseiros, e traiçoeiros quando não lhes fazemos a vontade. Já vi gente a ser mordida e esmurrada só porque já não tem mais bananas. E de certeza que também foram insultados. Se puderem roubar qualquer coisita, uns óculos ou uma máquina fotográfica o macaco também não recua. Isto por pura maldade, não é para vender e pagar as drogas; geralmente limitam-se a esmagar aquilo contra uma parede e vão procurar mais. Um japonês que conheci ficou assim sem uma máquina: achava muita graça aos macaquinhos, e quando chegava ao quarto abria a janela para falar com eles. Os mais atrevidos começaram a entrar, e a coisa foi tão rápida que ele só viu a correia da máquina a sair pela janela.

Macaquinhos dentro de casa não, nem no sótão.

Há quem viaje com o seu melhor amigo, o cão, bicho que é conhecido por fazer tudo o que queremos só para nos agradar. E também há quem faça amigos pelo caminho: já conheci vários exemplos de viajantes que adoptam cães e os levam consigo para casa no fim da viagem. Ou quem os traga para casa sem querer: já me saiu uma barata da mochila, e um amigo meu trouxe uma lagartixa esquisita de uma ilha espanhola. Não era uma osga, se não eu adoptava-a.

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Quando viajo faço sempre um seguro de viagem pela Nomads


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