Peru: passagem por Ollantaytambo

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Ollantaytambo é uma pequena aldeia no Vale Sagrado dos Incas, no Peru. Fica entre Cuzco e Machu Picchu e é a única povoação deste império que nunca foi abandonada até aos dias de hoje.

 Ollantaytambo: no Vale Sagrado

A pequena povoação de Ollantaytambo, pitoresca aldeia peruana situada no Vale Sagrado, é a única que nunca ficou desabitada desde a queda do grande Império Inca, após a invasão dos espanhóis.

Entre os séculos XIV e XVI, mas essencialmente em menos de um século, os incas – uma civilização originária desta região do Peru e constituída, estima-se, por 30 a 40.000 almas – construíram um império que se estendia da capital, Cuzco, às atuais fronteiras da Colômbia e Equador, e até ao sul do Chile; os seus limites eram o Oceano Pacífico e a floresta da Amazónia, uma área comparável à do Império Romano.

Para além de Cuzco, o local mais conhecido – e visitado – da região é Machu Picchu, a cerca de 95 km de distância. Mas Ollantaytambo, é um autêntico museu habitado e a céu aberto. Vale a pena passar aqui pelo menos uma noite antes de prosseguir viagem, para ter o local só para nós antes da chegada dos autocarros de turistas que vêm de passagem; fora de horas só cá estão os visitantes mais curiosos e os que aqui começam o Caminho Inca.

Passeando pelas ruelas estreitas que saem da praça principal, vemos que as casas têm as paredes em pedra cortada e encaixada à maneira inca, por vezes só até meio, sendo o resto construído com tijolos de adobe – uma técnica que os incas também usavam. Ainda encontramos portadas originais, com lintéis constituídos por pedras gigantescas, talhadas com perícia ao milímetro e unidas às paredes pelo tempo.

O mais espantoso é a colina que se levanta no monte mais próximo, uma pirâmide de socalcos perfeitos encimada pelo que resta de um templo feito de blocos de granito polidos. Os socalcos abraçam o monte e acompanham todas as curvas até cá baixo, onde encontramos uma fonte esculpida e um pequeno templo ou observatório. Outras construções são bem visíveis nas encostas nos montes em redor: casas de dois andares estreitas e com telhados de colmo apoiadas nas encostas, celeiros e ruínas dispersas. Não é difícil perceber que esta foi uma cidade importante na época, capaz de resistir aos avanços dos conquistadores espanhóis em 1536.

E o melhor de tudo é que aqui é bem visível que a cultura inca não reside apenas na arquitetura; o seu espírito persiste nos corações e costumes de milhares de peruanos, que continuam a viver as suas raízes: nas ruas passam mulheres vestidas a rigor, com o chapéu e saias rodadas típicas, de cores vivas; alguns homens aparecem de poncho curto e chapéu no mercado, onde a profusão de produtos locais (batatas, milho, feijões e legumes verdes) atestam a lendária capacidade deste povo arrancar sustento de um terreno pobre e, sobretudo, de difícil acesso.

Terminei o dia de caminhada no jardim da minha guest house, quando a vista sobre os magníficos montes ficou tapada por nuvens brancas e opacas. Eu, um prato de quinoa com legumes – e um colibri que fazia a ronda das flores.

 

 


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