Cabaças de abóbora, um exemplo de reciclagem em África

Coisas do Mundo

No Níger, uma cabaça não é apenas uma abóbora: as cabaças são comidas e recicladas como objetos úteis. Já são poucos os artesãos que resistem à invasão dos plásticos chineses, mas ainda encontrámos alguns, nos mercados de Agadez e de  Zinder.

Cabaças de Abóbora

África deve ser o continente mais eficiente em termos de reciclagem; não só é normal usar várias vezes o mesmo objeto (mesmo depois de ter perdido as asas, estar roto ou deformado), como se transforma uma coisa em outra com a maior das facilidades. As razões, infelizmente, não são as melhores, relacionando-se sempre com a penúria extrema de uma boa parte da população – mas a criatividade e a arte são, simplesmente, invejáveis!

Podia mostrar imensos exemplos – certamente que mostrarei outros mais tarde – mas hoje encontrei as fotos de artesãos do Níger que transformavam as cabaças já vazias. A mesma recuperação é feita em outros locais, da América do Sul à China, passando pela Europa. Mas enquanto na maior parte do mundo esta reciclagem já é considerada “artesanato típico”, um retomar do que se fazia antigamente para vender a turistas, em muitos locais de África ainda é objeto de uso comum.

Cabaças nas salinas de Teggida n’ Tessoum, Níger

Basicamente, o trabalho consiste em secar e escavar as carcaças destas parentes das nossas abóboras (umas comestíveis, outras não), fazendo belíssimas taças, colheres e recipientes vários. Por vezes também se recorre à costura e ao croché com fibras da folha da palmeira, enquanto o fruto está ainda mole, para reforçar e embelezar o objeto, ou otimizar as suas funções; acrescentando uma tampa ou uma pega, por exemplo.

A utilização mais criativa que vi da cabaça, foi como instrumento musical: mergulhada ao contrário num balde cheio de água e percutida com um chinelo de plástico, fazia um belíssimo acompanhamento para as palmas e cânticos das festas tuaregues!

O local onde as vendem é, muitas vezes, o mesmo onde são fabricadas ou, pelo menos, concluídas, à vista do cliente. Acontece em grandes mercados, como os de Agadez ou de Zinder, no Níger. Os preços  pedidos são irrisórios. São leves, bonitas e irresistíveis. Mas atenção: não são inquebráveis….


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