A Exploração do Sara por Jean-Marc Durou

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Há muito, muito tempo, quando as agências de viagem ainda não ofereciam programas com pensão completa no deserto do Sara, e a simples menção do seu nome lembrava enormes e mortíferas extensões de dunas sob um sol escaldante, onde só sobreviviam tribos beduínas hostis e ferozes guerreiros tuaregues … é aí que começa o livro A Exploração do Sara.

Uma história da exploração do deserto do Sara

Até ao século XIX, o conhecimento dos ocidentais sobre o deserto do Sara era praticamente o mesmo de… Heródoto, que tinha escrito sobre o assunto há 2300 anos. Nesta obra ficamos a conhecer os primeiros exploradores, onde chegaram, as suas desventuras e, em grande parte dos casos, como encontraram a morte no deserto.

Algumas citações dão-nos a entender a dureza das suas viagens: Douls, explorador francês em 1887, antes de ser espancado e despojado: “Enfim, após uma longa marcha, queimado pelo Sol, morrendo de sede, tombando de cansaço, estava prestes a sucumbir, deixando-me cair para retomar alento, quando avistei ao longe quatro mouros.”; Cortier, explorador francês em 1912: “…Lavar-se! Há dez dias que não sabíamos o que isso significava!”; Heinrich Barth, explorador alemão em 1851, à chegada a Bornu (Nigéria): ”Esqueci todos os meus desgostos, todos os perigos, todas as desgraças. Já não havia mais salteadores nem mais Tuaregues a recear, ficaram todos para trás”.

Jean-Marc Durou, especialista sariano prefaciado aqui por outro especialista, Théodore Monod, oferece-nos uma visão profundamente verdadeira das explorações sarianas, bem como os mapas das principais viagens, com gravuras e fotos da(s) época(s). A obra faz-nos viajar no tempo, desde que o Sara estava por descobrir até aos dias de hoje, que suscitam a Philippe Diolé uma interrogação: “A partir de agora, a exploração dos espaços sarianos não será a exploração do seu próprio espaço interior?”.

Acreditamos que sim.


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