United Colors of Guatemala

Destinos

A Guatemala é um arco-íris. A exposição diária às combinações de cor das casas, roupas e têxteis usados pelos Maias alteram definitivamente a nossa visão do mundo, e mostram-nos tudo o que há a explorar para lá do preto e do branco. É uma viagem sem regresso: nunca mais voltaremos a combinar as cores da mesma maneira…

A Guatemala é um arco-íris

A Guatemala é um pequeno país da América Central que gosta de se apresentar aos turistas como “o país dos sorrisos”. Embora seja inegável a capacidade de sorrir dos guatemaltecos, “o país do arco-íris” é o título que melhor lhe assenta – embora o vizinho México seja um feroz concorrente.

A maneira como usam e abusam da cor é o primeiro – e único – choque cultural que o país nos aplica logo à chegada. Basta um curto passeio pelas ruas de qualquer cidade, e ainda mais nas aldeias, para nos confrontarmos com uma garridice criativa e inesperada. Qualquer manta, saco ou camisola são um caleidoscópio de possibilidades impensáveis deste lado do Atlântico, com os rosas, vermelhos, verdes e azuis a misturarem-se escandalosamente em riscas, flores e desenhos geométricos, de uma maneira quase indecente, mas de algum modo harmoniosa.

No lado oposto do “estilo Zen”, de uma neutralidade construída com pretos e brancos, lisos e calmantes, na Guatemala os olhos são levados ao extremo, confrontando-se constantemente com manchas rendilhadas de cores vivas e estimulantes.

O apogeu do exibicionismo acontece nos mercados, onde cada visita é um mergulho no arco-íris: legumes coloridos nas bancas, pilhas de mantas nas lojinhas de têxteis, a roupa de vendedores e compradores, as fachadas amarelas, cor de laranja, azuis e verdes das casas. Sem pudores nem preconceitos, as cores coabitam e misturam-se num país novo: United Colors of Guatemala.

Ao estilo Maia

A razão de tanta garridice prende-se com a tradição: cerca de 60% da população da Guatemala pertence a tribos Maias, e o colorido da roupa quotidiana, muitas vezes tecida e costurada localmente, obedece a um estilo pré-colonial que distingue a origem de cada um.

O tecido funciona como uma afirmação cultural e uma autêntica bandeira regional, e em pouco tempo podemos aprender a reconhecer os huipiles (blusas) floridos das mulheres de Chichicastenango, os toucados de fios e pompons das mulheres do Nebaj, as golas bordadas e calças às riscas vermelhas e brancas dos homens de Todos Santos Cuchumatán.

De regresso a casa, o mundo parece pardo. A nossa paleta de cores está transformada para sempre: o azul-com-vermelho e o castanho-com-bege são aborrecidos e enfadonhos. Pirosos. Procuramos no guarda-fatos combinações de rosa e vermelho, amarelo e roxo, azul-turquesa e laranja. É o deboche dos pigmentos, o império das cores – e a felicidade de ultrapassar os limites que já não reconhecemos.


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Olga Abril 2, 2013 às 18:31

Adorei ver toda esta alegria colorida e saber um pouco mais …
É sempre um gosto vir passear ctg

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Comedores de Paisagem Abril 8, 2013 às 9:09

Obrigada! Hoje vamos passear de comboio com um livro do Paul Theroux…

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