A Felicidade está na Geografia

Viagens com Livros

O jornalista Eric Weiner levou à letra a expressão “procurar a felicidade” e viajou por alguns países do mundo em busca do que faz as pessoas felizes. Os resultados encontram-se no livro A Geografia da Felicidade.

 A Geografia da Felicidade

“Sempre acreditei que a felicidade se encontra logo ali, ao virar da esquina. O segredo é saber qual a esquina certa” – diz Eric Weiner, autor de A Geografia da Felicidade. Depois de muitos momentos infelizes e do recurso a muitos livros de autoajuda, o jornalista norte-americano chega à conclusão de que “o lugar onde estamos é vital para quem somos”, e desata a procurar a felicidade mundo fora.

A associação entre geografia e felicidade não é nova; o mito do Xangri La nasceu do mesmo princípio, mas quer “provar” que afinal toda a gente deseja fugir de lugares perfeitos. Uma ideia tranquilizadora para as massas, um pouco como a de que “ o dinheiro não dá felicidade”. Pena é que seja mentira: a felicidade passa por atingir as expetativas e anseios que vamos criando ao longo da vida – sejam estas dinheiro, um lugar nas montanhas onde todos vivem em paz, ou ser náufrago numa praia deserta das Caraíbas.

Eric Weiner começa a sua procura pela Holanda, onde se encontra o World Data Base of Happiness, cujos registos apontam para vários fatores de felicidade recolhidos pelo mundo. Parece que as pessoas mais felizes são extrovertidas, otimistas, casadas, conservadoras, religiosas, com um curso superior e vida sexual ativa, ocupadas e ricas. Homens e mulheres podem ser igualmente felizes, mas a escala emocional das mulheres é maior.

A viagem continua pela Suíça, onde a felicidade é uma chatice, pelo Butão, onde toda a gente é feliz mas ninguém fala disso, e pelo Qatar, que “faz lembrar o lounge de um aeroporto”. Segue-se a Islândia, onde se diz que “mais vale andar descalço do que sem um livro”, a Moldávia, um país sem esperança, e a Tailândia, onde as pessoas sorriem até nos funerais.

No Reino Unido ninguém gosta de livros de autoajuda, nem de incomodar os outros com a sua infelicidade – e para ser feliz, parece que os grande pilares são cães e jardins. Na Índia tudo é verdade, tudo é possível – e o seu oposto também.

A grande conclusão de Eric, depois de regressar ao seu muito otimista país – os EUA – é que a felicidade é 100% relativa, e depende dos outros, da nossa “rede”. Pode não ser uma grande bomba em termos filosóficos, mas vale a pena ler todas as experiências – de um charro em Roterdão a um ashram na Índia –, todos os encontros e histórias de busca que o trouxeram até aqui. Alguns momentos de felicidade e muitos sorrisos estão garantidos.

Pelo que me diz respeito e diga-se o que se disser, sei que a minha felicidade está diretamente ligada à geografia porque aumenta rapidamente com a altitude. É por isso que subo montanhas sempre que posso.


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Adriele Setembro 11, 2013 às 17:07

Muito verdade!

O Butão trabalha com o Índice de Felicidade Bruta e tem um projeto muito interessante que pergunta para os habitantes o que é felicidade pra eles.

E buscar felicidade pelo mundo também é felicidade! 🙂

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Comedores de Paisagem Setembro 12, 2013 às 17:17

Sem dúvida, Adriele, andar por aí é uma felicidade enorme. E o Butão é conhecido pelo seu Índice de Felicidade Bruta – um dia ainda lá vou ver se encontro a minha! :I

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