Não se pode falar de comida peruana sem mencionar a batata. A propósito do Peru, impõe-se pelo menos uma receita típica com este apreciadíssimo tubérculo, trazido para a Europa pelos colonizadores espanhóis por volta de 1570 apenas como uma curiosidade botânica. Preparámos então uma boa causa, um prato que geralmente é vegetariano.
Receita: a causa do Peru
A causa é um prato típico do Peru, servido frio, delicioso como entrada ou até com prato principal. É ótimo acompanhada com ceviche, e com um bocadinho de tempo e gosto facilmente tem uma apresentação gourmet. Comi pela primeira vez em Cuzco, mas a receita é originária da região costeira de Lima, a capital.
É preciso: 1,5 kg de batata, 3 colheres de sopa de azeite, sumo de 3 limões pequenos, sal e piripiri a gosto (em pó ou em molho).
Maionese: Picar no 1-2-3 400 gr de tofu do mais mole, com dois dentes de alho. Temperar a gosto com sal, sumo de limão e pimenta preta.
Recheio: 1 cebola picada, 500 gr de legumes cozidos (de preferência a vapor) – pode ser uma mistura de milho, ervilhas, cenoura, feijão verde e também abacate (cru), cortados mais ao menos do tamanho das ervilhas. Misturar tudo com uma chávena de maionese e salsa picada a gosto.
Cozer batata e reduzir a puré. Juntar os temperos, o azeite e o sumo de limão. Amassa-se à mão ou com uma colher de pau, e deixa-se arrefecer enquanto se prepara o recheio.
Depois é só montar: colocar parte do puré numa forma sem fundo, depois uma parte do recheio, e terminar com outra camada de puré. Desenformar e decorar com salsa e azeitonas. Geralmente as causas são individuais, mas uma grande causa também é sempre bem recebida…
A batata já era cultivada na América do Sul desde há milhares de anos (foram encontrados restos de batata em cavernas na costa do Peru, datados de 8.000 a.C!), mas a popularidade demorou a estabelecer-se deste lado do Atlântico; hoje, juntamente com o arroz e o trigo, é das espécies vegetais mais consumidas pelos humanos. A nível de valor alimentar, reconhece-se que é rica em amido, tem ferro, zinco e vitaminas B e C.
Ainda são cultivadas, nos países andinos, cerca de duzentas espécies diferentes, aparentemente todas descendentes de uma única variedade de planta, originária do sul do Peru. Mas a variedade tem tendência a reduzir-se, centrando-se a produção nas espécies mais resistentes às doenças e mais apreciadas para venda.