Arugam Bay, sonho de surfista

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Dois quilómetros de estrada ladeada por pequenos edifícios e grandes palmeiras – é assim Arugam Bay, pequena aldeia piscatória na costa leste do Sri Lanka com uma sequência de praias de sonho, sobretudo para surfistas.

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Praia e surf em Arugam Bay

De um lado arrozais e floresta, do outro uma costa de areia branca e mar azul que atrai cada vez mais a comunidade surfista de todo o mundo: Arugam Bay, A-Bay ou Arugambe, como aparece indicado em alguns dos autocarros que fazem as cerca de oito horas de viagem entre Kandy e Pottuville, é uma sequência de praias de sonho.

A viagem é uma experiência genuína. Começa com um autocarro cheio de fumo de incenso, onde um écrã debita tele discos com sentidas músicas locais de ir às lágrimas. O calor intenso e uma condução suicida por estradas que contornam montanhas cobertas de selva até à costa, levam-nos a A-Bay, que aparece primeiro como um lugar indistinto, uma longa estrada sem qualquer ponto de referência ou edifício com interesse suficiente para nos fazer parar.

Mas a fama de ser um dos melhores spots de surf do Sri Lanka atrai cada vez mais aficionados da modalidade para umas semanas de ondas, festas e muita praia.

Depois de vinte e seis anos de guerra civil e um violento tsunami, a costa leste da ilha, afetada pelos dois, é uma prova da resiliência dos cingaleses. Com uma rapidez impressionante, passou a partilhar com a costa sul um turismo de praia sempre crescente, graças a algumas características naturais do país: clima quente, mar quase transparente, ondas perfeitas.

Arugam Bay está a florescer como um lugar incontornável para os amigos da prancha, seja ela de surf ou de body board: Whiskey Point, Elephant Rock, Peanut Farm são apenas alguns dos spots mais procurados pelos seus grandes caracóis de água verde que deslizam a cada segundo até desabar na areia. Os menos experientes fazem-se acompanhar por um instrutor local que improvisa um teatro em terra, com o aluno a ensaiar poses sobre a prancha antes de enfrentar o chão movediço da água. Só depois deste treino mudo, que inclui saltos e braços em forma de asas (um espetáculo divertido para quem só vai à praia para um banho de mar), é que ambos enfrentam as ondas quentes do Índico, empurrando a prancha em direção ao horizonte, deitados na prancha com os olhos no infinito, ou a cavalo na prancha à espera da onda perfeita – a que lhes vai permitir 30 segundos de equilíbrio antes de mergulharem e recomeçarem tudo outra vez.

Ruas de terra deambulam pelos arrozais e pelas dunas, casinhas minúsculas formam bairros. A vida de todos os dias desenrola-se na nossa frente: crianças de uniforme vão para a escola, mulheres põem roupa a secar enquanto os homens reparam as redes de pesca ou conversam junto aos barcos. Mas o turismo desempenha agora um papel demasiado importante na vida da povoação. A rua principal está completamente devotada à venda e reparação de pranchas, aulas de surf, hotéis e guest houses, restaurantes, lojas de roupa colorida e bijutaria que pode mergulhar na água salgada do mar.

As cabanas que servem de restaurante oferecem petiscos locais, caril picante e roti saboroso, pratos que também são adequados para quem passa as tardes no mar, as noites no bar e as manhãs na cama.

Cada vez surgem mais agências que oferecem incursões nos arredores, como visitas ao Parque Nacional de Yala ou ruínas de templos budistas escondidos na selva. Mas este mar quente e quase transparente, estas ondas de tamanho perfeito, serão sempre a grande atração de Arugam Bay.


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Daiana Araújo Setembro 9, 2016 às 23:08

Maravilhosa postagem, adorei.

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Comedores de Paisagem Setembro 13, 2016 às 12:15

Obrigada, Daiana! 🙂

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