Índia: Mandu, passado e presente

Lugares Improváveis

Mandu é como um sonho, um lugar quase irreal onde pessoas e palácios, campos cultivados e monumentos históricos convivem num cenário histórico digno de um filme. Fica na Índia, claro.

 

Existem na Índia mais lugares como Mandu, onde presente e passado se fundem aqui e agora. Mas nunca deixa de ser uma surpresa, assistir à maneira aparentemente feliz como os habitantes convivem com as espetaculares ruínas de um passado glorioso. A sua história já vai tão longa que é melhor abreviar: no século VI b.C., Mandu já era uma cidade fortificada, mas foi no século XI que ganhou mais importância. No século XVI, a cidade foi incorporada pelo grande Akbar no império mogul. Fim.

Hoje encontramos mesquitas, um templo jain, o Jahaz Mahal, ou palácio do harém, dois lagos artificiais, poços com longas escadarias de acesso e o magnífico túmulo de mármore ao estilo afegão de Hoshang, antigo Xá. À exceção do túmulo do Xá e do recinto maior, que concentra o maior número de monumentos e estruturas restauradas, não há bilhetes de entrada; a maior parte dos edifícios encontra-se espalhada por uma grande área que antes se encontrava completamente dentro de muralhas, onde se acede pelos arcos de pedra de algumas ainda imponentes entradas.

Alugando uma bicicleta podemos mais facilmente percorrer a rua principal, descobrir cúpulas que despontam no meio da paisagem, túmulos no alto de colinas. E começando cedo vamos a tempo de encontrar garças brancas e sossegadas espalhadas pelo verde dos campos, miúdos de uniforme a caminho da escola e sadhus recolhidos junto ao antigo reservatório.

Mulheres de sari garrido vão buscar água para as casas mais pobres, onde não há torneiras; princesas sem reino com a coroa do cântaro prateado à cabeça e mantos de cores reais. Pastores e pastoras do estado do Gujarat passam com os seus trajos típicos, seguindo os seus rebanhos rumo ao pasto, como provavelmente fazem há centenas de anos…

O que li sobre Mandu não me preparou para este encontro com a história. Mas sobretudo com o modo como a população abraça uma herança tão presente: os campos cultivados rodeiam os restos de edifícios, cabras e vacas alimentam-se nos arredores, pátios elaborados servem de eira onde se acumulam fardos de palha. Tudo está vivo e tem uma função.

 

 

 

 

 


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Flávia Novembro 16, 2015 às 7:56

Que interessante.. muitas vezes temos uma imagem ruim da Índia.. mas certamente existem lugares bem interessantes pra conhecer, uma cultura muito única.

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Comedores de Paisagem Novembro 17, 2015 às 17:42

É verdade, Flávia, mas a Índia tem muito mais para além da sua parte “ruim” 🙂

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