Em busca de leopardos no Parque Nacional de Yala

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O Parque Nacional de Yala, no Sri Lanka, tem a maior concentração de leopardos do mundo. A área também é partilhada também por elefantes, crocodilos, veados, ursos, macacos e uma infinidade de aves que por ali vivem em liberdade, cada vez mais habituadas aos jipes de turistas que diariamente visitam o parque. Mas o leopardo continua a ser a estrela.

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Um leopardo, dois leopardos, três leopardos em Yala

O Parque Nacional de Yala é o mais visitado de todos os parques naturais do Sri Lanka, e com toda a justiça: para além de uma floresta cerrada e belíssima, os encontros com a fauna local são garantidos, e mesmo em dias de chuva o parque não deixa de impressionar.

O seu residente mais famoso, o leopardo, é o mais difícil de avistar, mas com cerca de duzentos numa área de 1260 km2, as hipóteses de ver um – ou dois, como tive a sorte de ver na última visita – são grandes. Elefantes, crocodilos, javalis, macacos e veados dificilmente faltam à chamada, assim como cerca de cento e trinta espécies de aves, algumas das quais parecem posar para os turistas nos ramos mais próximos. Apesar de ser proibido descer do jipe que nos leva à descoberta da essência da ilha, a floresta e os seus habitantes, a proximidade com uma natureza ainda em equilíbrio, transformam a visita num fantástico mergulho num passado distante, na época em que o Sri Lanka era um paraíso tropical por descobrir, com escassos humanos – os veda – a viverem em harmonia com a natureza.

A paisagem varia entre a savana de árvores espaçadas e charcos cor de terra, de onde saem cabeças enlameadas de búfalos ou os olhos matreiros dos crocodilos, e paredes de floresta cerrada, onde de vez em quando sai o milagre de um elefante, quase sem ruído. Manadas de veados atravessam de surpresa o estradão de terra que serpenteia pelo parque e, eventualmente, leva até uma praia de areia branca e mar revolto, onde é proibido – e demasiado perigoso – entrar no mar.

Os jipes dos safaris avançam lentamente, guiados pelo instinto e pelos olhos treinados dos condutores que, com a ajuda dos seus telemóveis, vão cruzando informações. É assim que nos cruzamos com um leopardo apressado, que passa na nossa frente a olhar por cima do ombro, e assistimos a um verdadeiro desfile de vaidade de outro, que durante quase uma hora que se portou como um gato-vedeta, bocejando e lambendo as patas, cheirando os ramos mais baixos das árvores e rebolando de sono pelas sombras.

Apesar do seu tamanho modesto, o Sri Lanka tem uma quantidade desproporcional de vida selvagem que engloba a maior concentração de leopardos do mundo, mas também uma das maiores de elefantes, para além de um grande número de aves endémicas. Esta riqueza deve-se ao clima complexo e à topografia da ilha, que abrange montanhas cobertas de floresta, savanas e praias tropicais – e também à sua posição geográfica que faz com que seja pouso de inverno para milhares de aves e zona de nidificação para cinco espécies de tartarugas marinhas.

Acessível pela cada vez mais popular área de Arugam Bay, a entrada do parque que vê mais turistas é a de Tissamaharama. Pessoalmente recomendo a entrada pela pequena cidade e local de peregrinação de Kataragama, com menos turistas e menos pressão de hotéis e agentes para vender visitas ao parque. E também porque é aí que fica o Gem River Edge, o melhor ponto de apoio que se possa imaginar para uma visita a Yala: uma guest house ecológica bem dentro da vegetação, num local privilegiado que também é o lar de uma portuguesa.

Hoppers com banana e compota de morango: o delicioso pequeno-almoço da selva…


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